sábado, 20 de outubro de 2012

contradição, hibridismo e outras coisas breves



O ser humano é híbrido. Não há em um primeiro momento nenhuma novidade nisto. Este hibridismo faz com que o sujeito moderno seja também contraditório, a contradição é uma constante, quase um direito nosso. O sujeito puro é uma busca sem fim, um mito. A impureza – mescla – talvez seja o elemento mais original da humanidade.

Neste sentido se faz necessário olhar para a constituição das cidades – moradas, Heimat – como fruto do homem, e assim sendo tal organicidade como algo que não deve ser combatido, riscado pela régua urbanística de herança cartesiana. A geometria da natureza é diferente da de Mondrian, os riscos se cruzam na mais perfeita desordem. Por vezes o homem acaba caindo na piada do personagem que cheira cocaína no mato e começa a organizar as folhas caídas no chão as separando por cores.

Dai que há uma forma muito mais plural, e possível de relacionar-se, muito mais rizomática. Se espalhando, conectando os pontos separados. Precisamos tanto do caos quanto da ordem, produzimos e consumimos ambos. Somos fruto desta contradição, nós sujeitos modernos.

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