segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sobre as manifestações de 2013 no Brasil


        Perdemos o foco, para além do genérico, pouco se sabe onde quer chegar. Tirar um presidente e colocar outro, a título de exemplo, pouco muda para melhor, e o mesmo vale para qualquer outro político, já que este mecanismo institucional pouco nos permite para além disso. Depender dele para a mudança não adianta, e o que as manifestações mais mostram é que tomamos - finalmente - consciência disso, nem que seja um pouquinho, sacamos ao menos que política é muito mais do que escolher um rosto bonito a cada dois anos. Falta querermos mudar nós mesmos.
       Falam em educação, corrupção, saúde e tantas outras coisas vitais, porém não olham para as questões mais próximas, não há foco. Não percebem por exemplo que defender a legalização da maconha seria uma forma fantástica de combater a corrupção gerada pelo tráfico e enfraqueceria ele como nunca. Além disso no Brasil a maconha acaba servindo de porta de entrada para outras drogas, pois sua proibição faz com que ela seja vendida no mesmo lugar que a cocaína, o crack, a merla e outras substâncias ALTAMENTE nocivas, seria legal acabar com isso. Fumar um baseado de vez em quando pode também sanar a "dependência" de muita gente em relação a anti-depressivos e outros tantos "estimulantes para a vida". De quebra podemos sanar problemas de segurança advindos do tráfico e talvez até mesmo de saúde. Mas pelo que vejo preferem cobrar moralidade, e pergunto, por que "MACONHEIRO" é xingamento? O mesmo vale para "viado" e por ai vai.
         A educação é o ponto que mais me incomoda, todo mundo fala que ela tem que melhorar - até o aluno "bagunceiro", que não presta atenção na aula, só faz piada - , mas a sugestão dada é sempre aumento da carga horária, mais aulas, mais matérias, mais tempo na escola, ou seja: MAIS BUROCRACIA. Burocracia não tem nada a ver com educação, burocracia foi inventada entre os governos de língua alemã de fins da idade média com vista em incrementar sua renda (restrita a uma coleta imprecisa de impostos e guerras). Platão, Sócrates, Da Vinci, Rafael, Tomás de Aquino, Galileu e tantos sujeitos que chamamos rotineiramente de "gênios" não foram para a Escola que temos hoje em dia, isso é tão certo quanto a gravidade. Sabemos que eles estudaram, não temos dúvida sobre isso, e poucas vezes percebemos que eles desenvolviam um conhecimento que claramente abrange várias áreas do conhecimento. 
        Sugerir uma escola não obrigatória, sem matérias obrigatórias onde o aluno escolhe o que estudar parece absurdo dentro da nossa sociedade de controle. O mesmo vale para a legalização da maconha. Sigo pedindo mais parques e áreas verdes dentro das cidades, uma estrutura que incentive o uso da bicicleta para sanar problemas de saúde, não mais hospitais, postos de saúde, médicos e burocracia - marcar consulta, receita para pegar remédio, ficha cadastral para não pagar pelo remédio, etc. 
       A sociedade que ai está é a mesma que motiva a irmos para a rua, pois ela nos gerou este descontentamento, e justamente por isso me estranha que se pede um melhoramento dela, ou seja, tornar esta opressão do capital mais eficiente, não transformar, mudar e deixar de transferir nossa responsabilidade para outras pessoas, pois isso leva ao totalitarismo, e foi isso que foi feito durante a maior parte do tempo nas últimas eleições - por exemplo - ou quando falamos, "isto não é minha função", "entendo seu problema, mas não posso lhe ajudar".
         Por fim, esta mudança não vêm do canto do hino nacional, nem da bandeira criada pelo governo militar ditatorial que implementou a república lá em 1889. Isto é a sociedade que gera nosso descontentamento, não reforcem ela. Mudem-se!

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