
Fazia calor na rua, por isso haviam dois ventiladores ligados jogando ar fresco nos dois corpos. Ele se despia e a despia, uma peça de cada um por vez, ele tirava a blusa dela a deixando somente de sutiã, em seguida tirava a sua camisa também, tocava os ombros dela e lhe tirava seu sutiã, a deitava na cama e subia por cima dela. Encostavam os dois peitos nus um no outro, ela mais ofegante que ele. Lhe beijava o pescoço, descia sua mão até o interior da calça, com delicadeza colocava os dedos dentro da calcinha e sentia o calor que vinha dali. Soltava o botão da calça jeans, segurava pelas pontas e a retirava. Podia ver ela nua, só de calcinha, uma calcinha branca. A barriga fazia um pequeno volume, beijava a barriga. Atravessou sua mão acariciando dos joelhos até a cintura, passando sua mão por debaixo da calcinha, segurou e a deixou nua. Os dois corpos estavam nus. O quarto era num prédio de frente a um terreno com longo espaço até o outro prédio, as cortinas estavam mal fechadas e a janela permanecia aberta, por ali entrava um vento que era mais fresco que o que sai dos ventiladores, que mais jogavam um vento quente.
O clima estava ótimo, isso não se podia negar, o nervosismo era alto, mas não pensavam muito nisso agora. Ele pega o preservativo, veste. Se aproxima dela, que lhe virava o rosto, mas mesmo assim, com sua delicada mão ajudava-o a penetrar. Ela fez uma cara de relativa dor, como se tivesse levado uma fisgada, ele lembrou que ela era virgem. Sussurrou em seus ouvidos para deixar entrar tudo, que iria doer mais no começo, mas depois seria melhor. Ela deixa, ele vai penetrando tudo, até não poder mais. Quando termina fica um pouco parado, deixando o pau lá dentro, para ela se acostumar. Não muito, pois estava muito ansioso para começar o movimento de ir para frente e para trás. Nos primeiros segundos ela faz uma careta, mas logo se percebe que relaxou. Ela abre bem suas pernas, para que ele pudesse penetrar mais fundo, se esforça para não a decepcionar. Ela lhe abraça, ele a abraça também. A comprimia contra seu corpo, sentia o vento quente do ventilador em sua bunda, e a brisa fresca que vinha das árvores ali próximas em seu rosto. Ela ainda evitava de lhe virar o rosto, mas assim que era impossível manter essa frieza, ela vira o rosto e o olha, fecha os olhos e o olha, constantemente. Passa a mão nas costas dele, começa a enfiar as unhas nas costas dele, mas desiste. Ele sente ela relaxar, ficar mais mole, faz os movimentos mais um pouco e como que num jorro deixa sair tudo, em três jorros grandes e seguidos. Ela dá um leve sorriso ao sentir aquele jorro. Ele claro, instintivamente sorri um sorriso sincero e inevitável, rápido, mas inevitável.
Ele tira seu pinto de dentro dela, tira o preservativo cheio de porra por dentro e com porra dela por fora. Fora estranho, podia perceber que ela era virgem, dava para ver, e ela já havia lhe contado isto uma vez, mas não havia saído sangue. Também conhecia sua vida pessoal, e sabia que esta era a primeira vez. Não se tocaram mais depois que terminaram. Ela se enrolou no lençol da cama e ele se vestiu. Ele sentou na beirada da cama e ela ficou encolhida num canto da cama. “Acho que não deveríamos ter feito isto”, ela consentiu falando um “é” sussurrado. Ambos de cabeça baixa devido a sensação de culpa. Ela era amiga de longa data de sua namorada, ele e ela que a poucos instantes haviam trocado fluidos, se conheciam a pouco mais de um ano, e sempre se passava algo como que uma energia entre eles, uma energia que os impedia de se tocarem, faziam alguns minutos que haviam rompido com toda esta energia. “Acho que eu deveria ir embora”, e novamente ela consente com seu “é” sussurrado. Ele ficou de pé, ainda alguns instantes, voltou até ela e sentou-se próximo a ela e lhe abraçou, forte. Foi muito mais por solidariedade, pois os dois agora se sentiam mal, a sensação era tremendamente esquisita. Ficaram assim alguns minutos, ele deu um beijo no rosto dela, ela deu um beijo no rosto dele e foi embora, antes que tudo aquilo pudesse se tornar uma tortura.
Basicamente não sabia como aquilo acontecera, os dois se encontraram por acaso em um café perto do apartamento dela, conversaram, ela o convidou, ele prontamente aceitou, queriam economizar um pouco pois o café era caro, além de tudo estava cheio, e não queriam multidões. Alguém poderia dizer que ambos já sabiam o que iriam fazer, por isso evitar testemunhas? Certamente seria uma tarefa forçosa procurar quem entre os dois era o culpado, assim como seria simplista culpar os dois. Muito menos podemos culpar a namorada dele afirmando que ele cometeu o ato libidinoso pois ela não lhe dava o devido carinho. O fato certeiro nisto tudo é que nenhuma das três opções seria certeira, ambas necessitariam de um esforço para crer e uma cegueira para não enxergar outros fatos além desses três.
Apenas quando ele chegou em casa que se lembrou que sua namorada estava de viajem, fora conhecer Santiago e algumas estações de esqui no Chile. Ficaria duas semanas fora. O topor era tal desde que havia encontrado aquela que a poucas horas chamaria apenas de amiga, que havia esquecido completamente desse fato. Agora somente pensava nas duas mulheres. Comeu pouco, menos da metade do que estava acostumado. Foi cedo para a cama, não sentia vontade de mais nada, ficou deitado em sua cama, no escuro, até adormecer.
Dois dias depois do que havia acontecido ela lhe liga:
- Eu acho que nós deveríamos conversar. Esclarecer para nós dois isso que aconteceu.
- Eu estava pensando na mesma coisa, por pouco que não lhe liguei antes de você ligar para mim. Penso que tudo isto seja de uma urgência enorme para nós.
- é, podes vir aqui em minha casa, ou preferes que eu vá na sua?
- Eu vou na sua.
- Okay, estarei te esperando.
Ele vestiu uma roupa, já que estava de cueca, fazia calor. Olhou que horas eram, 15:02. comeu algo insignificante, pois não conseguia comer muito e foi para a casa dela.
Tocou o interfone, ela logo atendeu e lhe abriu. Pegou o elevador, subiu até o andar dela, caminhou tranquilamente, olhou para baixo, era alto. Tocou a campainha do apartamento dela. Dessa vez demorou um pouco mais. Ela abriu, vestia um shorts curto com uma camiseta regata um tanto quanto folgada, dava para ver que ela estava vestida como quem fica
Fizeram este ritual regularmente até a namorada dele voltar, depois apenas mais uma ou duas vezes se viram, então como que sem conversarem, param de se ver. O principal fator deve ter sido que ele conseguiu um bom emprego, o que lhe ocupava muito de seu tempo, e como gostava muito de sua namorada, preferia ficar com ela o pouco tempo que tinha. Ela também havia conseguido um bom emprego, logo depois dele. Aconteceu tudo até ali de uma forma inesperada. A namorada dele e ela já não se viam mais tanto, o que colaborou, até a encontraram uma vez na rua, conversaram alguns minutos e ficou por aquilo, ele e ela ficaram tranqüilos. Nunca mais se viram ou se falaram. O sentimento de culpa dele duraram algumas semanas, pouco mais de um mês, logo ele esqueceu tudo, fez um trabalho mental durante todo aquele tempo onde se esforçava em crer que tudo aquilo fora uma farsa, uma criação imaginativa de sua mente. Se focou tão fortemente nisto que realmente se confundia por horas, até que simplesmente deixou de acreditar naquilo e logo esquecera de tudo aquilo.