domingo, 2 de maio de 2010

SURREALISMO E DELIROS do ALCOOL SOBRE UM JAZZ

Escrevi isto a muito tempo, devia ter meus 16 anos. Ando numa fase nostálgica, então vem a calhar. Lembro que escrevi ouvindo "sentimental blues" do Ray charles.

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Sim eu sei, eu tinha uns 16 anos ainda, mas foi tudo que eu poderia querer. Já havia provado o gosto do álcool. Estava parado em casa ouvindo um jazz, balançando minha mente e mãos sobre o teclado, escrevendo minha viagem. Nada melhor que aquilo, até melhor que tudo aquilo que eu estava ouvindo ultimamente, e estava começando a ficar são.

Descobri que tinha uma roqueira medíocre como o depressivo e doce blues, conseguindo gritar minha dor. Nada fantástico, mas tudo tão diferente, melhor que antes e pronto para ser muito pior. E aqui estou em completo e pleno delírio sobre o teclado dançando com minha mente sobre um jazz que diz melhor minha vida do que qualquer musica atual.

Pronto para sair daqui e não voltar ainda hoje, sair e ficar pleno sobre nada mais que minha mente, voltando à sanidade, que por sinal não é mais nada que a loucura, combatida por nós desde que queremos nos incluir em um grupo. Que mal sabemos o porquê. E por fim se descobre que não é por nada mais que uma questão selvagem, a velha questão, que na civilização chamamos de amor.

E graças e esse instinto descobre-se o álcool, e a loucura se refugia entre quatro paredes, pronta para explodir em seu momento oportuno. E para todos aqueles com medo de serem livres em seus minutos de lucidez e loucura mesclados. Como dois amantes grudados em sua paixão, seu completo prazer e amor. Mas na verdade tudo não passa de puro instinto e a pura vontade.

Logo está pronto para envelhecer, para ficar podre e morrer, e será tarde, porque então só o álcool é que te fará livre novamente. Lembrando tudo que você fez questão de dizer que esqueceu. Para sonhar e fazer logo que puder.

E nas noites quentes ficar suando e vendo estrelas sobre sua cabeça, sem as contar, mas as admirando como uma deusa nua sobre sua cama. Onde tudo que você pode querer é tocar admirar, e sentir.

E por fim todo seu delírio termina, se livrando de nada, apenas flertando com o bem. Achando que faz o certo, e reza para logo poder fazer o errado. Sossegando tudo com um copo de álcool, porque é claro que você não poderá usar drogas, apenas beber até cair, pois acima de tudo só o álcool estará certo para todos.

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